Minha infância boêmia

Sim, tive uma infância digna de poeta à la Nandito Pessoa, morrendo de cirrose. Mentira, que eu não morri de cirrose. Mas cresci nos boteco da vida.

Fato é que meu pai era bebum e assíduo frequentador de um bar alí na rua de baixo. Quando eu era apenas uma chiquitita de 4, 5 anos, ele me levava pro bar, creio que sem o consentimento da minha mãe, e enquanto ele enchia a cara de manguaça, eu ficava sentada no balcão, desenhando no verso do pacote de cigarro que o dono do bar me dava.

Se liga, eu aprendi a desenhar casinhas NO VERSO DO PACOTE DE CIGARRO. E a mulher do dono e a filha batiam corda pra eu pular. Meu pai manguaçando e eu desenhando e pulando corda. E eu me divertia.

E claro, meu vô que molhava minha chupeta na cerveja pra me dar.
Me diz, como eu não virei uma alcoólatra?

♪ Bob Dylan - Tombstone Blues

Meu azar não tem limite

Nem te conto o que aconteceu hoje.
Mentira, conto sim.

Tipo, eu cheguei no ponto um minuto mais tarde e perdi o 103 (sei disso porque a gorda não tava lá). Ah, tudo bem, vem outro em seguida.

Cadê esse outro? Passou uns bons vários minutos sem Tucuruvi nenhum. Veio um monte de lotação, os fretados que eu sempre vejo quando tô atrasada, e eu comecei a me irritar. Veio um lotado que não parou.
O céu já tava até começando a clarear quando eu pensei brilhantemente "vou subir a rua pra pegar no ponto anterior, antes de encher". Fiquei no vou-não-vou e quando decidi ir, enquanto eu subia a rua, vieram três, TRÊS, T-R-Ê-S, THREE, TROI seguidos, e NENHUM parou pra mim. Eu correndo rua acima desesperada balançando o braço e os três passaram reto.
Bando de motorista filho da puta cuzão que não tem piedade com os trabalhadores que madrugam e se matam pra chegar no horário!

Parei no ponto me deu uma tontura da porra porque eu tô super acostumada a correr, ainda mais em subidas, fiquei sem ar, tava quase desmaiando.
Me deu uma raiva de mim, mas uma raiva! Quem me mandou sair do meu ponto justo na hora que viriam três ônibus seguidos? Sério, acho que foi o capeta que me soprou no ouvido "sobe lá, vai, não vai vir nenhum".

Bom, depois veio e eu consegui chegar no metrô só 10 minutos atrasada (pasmem!).

Pra fechar, na volta eu perdi o ônibus também e vim no pior-horário-possível. Não, não é 6 da tarde, na hora do rush. O pior horário do dia é o da saída da escola. Faltando três pontos preu descer entra aquela penca de adolescente retardado (pleonasmo?) gritando. Odeio.

Agora vou fingir que sou responsável e passar coisa da faculdade à limpo.
Té.

_
Update 13 de agosto

Meu, sou tão sedentária que minhas perna tão doendo demais. Cem metros na subida e eu não consigo andar no dia seguinte.

Divagações

Eu fiquei pensando um tempo se eu devia ou não postar isso aqui.
São coisas que passam pela minha cabeça que eu falo "Azê, cê cheirou o quê?"
Tchô já falar previamente que não cheirei nada, que não sou hippie, que não sou louca (não hospício-style) nem curto sas parada exotérica.
Enfim, esse vai ser um daqueles posts do qual eu sei que vou me arrepender. Lá vai:

Eu tava saindo de casa com a minha mãe, quase 6 da manhã, e olhei pro céu. Tava cheio de estrela, e eu localizei as Três Marias. Pra quem não sabe, as Três Marias formam o cinturão de Órion na constelação, que tá segurando um arco e uma flecha, vide imagem abaixo.

Fato é que eu comentei com a minha mãe o que vou falar aqui. Olhando pro céu e vendo Órion com o arco e a flecha na mão, eu me senti protegida. Risos (gargalhadas, na verdade).
Meu, não entendi nada mas juro que é verdade. Tipo, grandão lá no céu, parecia que tava montando guarda pra mim enquanto eu ía pro ponto do ônibus. Agora para de rir e me interna.

Na verdade talvez estivesse mesmo me protegendo, porque no caminho apareceram um maconheiro e um pitbull e não me aconteceu nada.

Vou aproveitar pra falar da mulher no 103.

Aqui em casa passam dois ônibus pro Tucuruvi, o 103 e o 105. No horário que eu pego, o motorista do 103 já me conhece. Sem eu dar sinal ele já para o ônibus fora do ponto mesmo preu subir, quando tá muito cheio na frente ele abre a porta de trás (e eu pago ele quando eu desço no metrô, não dou calote não). Quando eu quase nunca tô adiantada, dá pra pegar o 105 que passa antes do 103, que às vezes tá até mais vazio. Mas tem uma mulher no meu ponto que, não importa quantos ônibus vazios passarem antes do 103, ela não pega. Ela espera aquele 103, daquele motorista, e nunca passa a catraca. Ela fica alí na frente o percurso todo, e nem fala com o motorista. Tipo, eu entenderia se ela fosse papeando e tals.. mas ela fica lá, quieta, de pé.

Coisas que eu não entendo.

♪ The Beatles - Why Don't We Do It In The Road

Ê, domingão!

Eu tava sentindo um cheirinho tão bom de churrasco e fui xeretar na porta. Tava lá a fumacinha vindo de um quintal, pessoas andando, gente feliz e civilizada num churrasco de sábado. Quando deu 20:30 eu fui dormir (sente o drama, eu fui dormir às 20:30 num sábado, vida social kdkd), aí fui fechar a janela do quarto e vi um monte de carro estacionado na rua toda. Ué, pensei, tudo isso praquele churrasquinho? Aí levantei a cabeça e vi um plástico cobrindo o portão de outro vizinho.

Todo bairro tem o vizinho filho da puta que veio do inferno pra vuvuzelar a vida alheia. Talvez algum de vocês seja o próprio, e se for, eu te odeio e quero que você morra. Tava lá quietinha assistindo o Vitrine na Cultura, aproveitando os últimos minutos de paz, quando o viado filho de uma mula arrombada começa a tocar aquele sertanejo no último volume que faz até minha janela tremer. (Ó lá, gol do Palmeiras.)

Eu queria era entender uma coisa. Por que ninguém chama a polícia? Tipo, se o barulho chega assim na minha casa que nem é na mesma rua, imagina os vizinhos do lado! E ninguém faz nada. Fui até no meu beloved Google Earth tirar um print pra melhor entendimento da situação.

Tá na lei, não tá? Depois das 22 não pode. Pois eu dormi um pouco e acordei 1:15 da madrugada, e tava lá a coisa bombando, cheio de vaca mugindo mulher gritando. O repertório sertanejo tinha acabado, tocou até Po-po-po-poker Face. Sem conseguir dormir até às 2, eu levantei e peguei o fone do celular, que tem aquela borrachinha que meio que veda o ouvido. Eu tive que dormir de fone de ouvido porque o cuzão do vizinho não tem o mínimo de respeito e dá festa todo mês, até no aniversário do cachorro. Mas insisto, só eu me irrito com isso? Será que eu sou tão chata assim mesmo? Eu não vou chamar a polícia porque sou cagona. Alguém já fez isso uma vez e o policial chamou a pessoa pra conversar com o cuzão. E magina se me chama pra ir lá mostrar minha carita de angel praquela penca de gente. E nem sou viziiinha vizinha. (O cara que levou cartão chama Ernando, certeza que não datilografaram o F no cartório.)

Fica aqui meu protesto.
E eu tinha mais coisa pra postar mas minha raiva do vizinho até me fez esquecer.
Tchô falar que agora são 16:32 do domingo 8, porque tô sem internet e não sei quando vai dá pra postar.

Ah, sim. Minhas aulas voltaram. E eu nunca quis tanto férias de novo. Levantar, tomar café, ligar a TV (de 32" full HD com conversor digital que mamãe comprou) e ficar fazendo nada no computador o dia todo era o que eu queria fazer como emprego. Escrever aqui devia ser meu emprego. Alguém quer me patrocinar pra falar inutilidades? Não? Ok.

Porra, é dia dos pais, né? Feliz dia dos pais pra todos os pais que chamam a filha de saco de bosta e a derrubam da cadeira. Oops.. esse é só o meu. Mas ele me compra brigadeiro.

Já que eu tô sem internet e não vou poder postar agora, vou deixar o bloco de notas aberto e continuar escrevendo qualquer coisa na hora que eu quiser.

16:40 e eu tô assistindo o jogo do Palmeiras hm?. E eu custei a acreditar que eles adotaram mesmo essa camisa amarela fluorescente, parece que tão numa rave. O Goiás tem mais cara de Palmeiras que o Palmeiras.
16:47 e a internet voltou. Hora de postar.
16:55, colei o texto no blogger e a internet caiu de novo. Ahhh Speedy, te amo um montão.
18:28, postando antes que caia de novo.

Mas que cazzo é essa camisa nova do Flamengo?